Foto: Caldeira de Cugnot.
Autor: ilustração da
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 Foto:
A locomotiva de Trevithick
Autor: ilustração Abril
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Foto: Loco construída por William Hedley em 1813 para trabalhar nas minas de
carvão de Wylam.
Autor:
ilustração Abril
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 Foto:
A Rocket de Stephenson, construída em 1829. Autor:
ilustração Abril
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Foto: a Baronesa de
Irineu Evangelista de Souza. Autor:
desconhecido
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Foto: Outra foto da
Baronesa. Autor:
desconhecido -------------------------------------
Foto: A Baronesa preservada no Rio de Janeiro. Autor:
E. Abril
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A história do trem
No ano de 1802, os mecânicos ingleses Richard Trevithick e Andrew Vivian, construíram uma diligência
a vapor para estrada, uma pesada máquina com aros de ferro que simplesmente não andava. Trevithick então
teve a idéia de colocar seu veículo sobre trilhos e esta foi a primeira locomotiva da história.
Más a idéia de utilizar trilhos não é tão recente assim. Egípcios e romanos já utilizavam barras de madeira
ou ferro fixas ao solo para reduzir o atrito e diminuir o esforço de tração. Os ingleses já utilizavam trilhos
de madeira em suas minas de carvão e assim um só cavalo podia puxar vários vagões com toneladas de minério. O
problema era que a madeira se desgastava muito depressa. Tentaram cobri-la com chapas de ferro, más não deu
certo. Passaram então a utilizar o ferro gusa, depois o ferro laminado, e por fim o aço. A madeira foi
finalmente esquecida.
Já a força do vapor vinha sendo pesquisada para ser utilizada como tração desde meados do século XVIII.
A primeira máquina que conseguiu se locomover com essa energia foi a caldeira de Cugnot, em 1769, que andou
pouco, más conseguiu derrubar um muro. Naqueles tempos, o cavalo ainda era o responsável pela tração das
carretas nas minas.
Trevithick testou seu veículo nas minas de Penydarran, País de Gales, em 1804. A idéia deu certo e a engenhoca
de 5 toneladas rebocou 5 vagões com 10 toneladas de ferro e 70 homens por 14,5 km. O problema era a velocidade:
esse trajeto foi coberto em nada menos que 4 horas e 5 minutos!
A primeira aplicação prática de uma ferrovia deu-se em 1825 com a linha Darlington-Stockton, dirigida por
George Stephenson. A composição era mista e transportou 60 toneladas de carga e 600 passageiros em 34 vagões.
Más o problema da velocidade permanecia e parecia longe de ser resolvido quando, em abril de 1829, os donos
da Estrada de Ferro Liverpool-Manchester, que estavam discutindo a forma de tração a ser empregada na
inauguração da ferrovia, tiveram a idéia de organizar uma corrida de locomotivas. Condição básica: andar
a pelo menos 16 km por hora. Prêmio: 500 libras esterlinas, uma fortuna na época. Foi assim que, entre 5
participantes, George Stephenson levou a melhor no dia 6 de outubro daquele ano, quando andou à média de
57 km por hora com a sua Rocket. Essa locomotiva, pelas qualidades técnicas, tornou-se protótipo de todas
as locomotivas que foram construídas a partir de então.
Em meados do século XIX, a ligação São Paulo-Santos demorava mais de 10 dias. Assim mesmo, não se
transportava mais do que 75 quilos em lombo de burros ou carroções. Quando chovia, pontes de madeira eram
arrastadas, e a situação piorava.
No sul do país, começava o surto do café. Como não havia meio de transporte adequado, seu escoamento era
lento e o frete caro, entravando o desenvolvimento da economia. Foi nessa época que surgiram as primeiras
ferrovias.
As primeiras concessões para linhas férreas datam de 31 de outubro de 1835. Más os capitais particulares
eram consumidos no comércio e na importação de escravos, e não havia dinheiro disponível para tão grande
empreendimento. Só em 1852, após a criação de uma lei em 26 de junho, onde o governo passou a garantir
juros de 5% sobre as aplicações em ferrovias, é que Irineu Evangelista de Souza, depois Barão e Visconde
de Mauá, recebeu autorização para construir a ligação férrea entre o Porto de Mauá (na baía de Guanabara)
e a raiz da Serra Estrela (no topo da qual surgira há dez anos a cidade de Petrópolis). Surge a Imperial
Companhia da Estrada de Ferro de Petrópolis, com o capital de dois mil contos de réis, terça parte deste
subscrita pelo próprio Barão de Mauá.
Foi no dia 30 de abril de 1854 que Dom Pedro II inaugurou a primeira ferrovia brasileira, com extensão
de 14,5 km e a locomotiva Baronesa, assim batizada em homenagem à esposa do Barão de Mauá, na frente da
composição.
Mauá acreditava que os trilhos não parariam por ali, embora houvessem inúmeros argumentos contra o projeto:
que os passageiros apanhariam constantes resfriados, que os cafezais e canaviais do caminho corriam o risco
de incêndio, e até que os soldados e o povo, poupando o esforço de longas caminhadas, perderiam a força e a
resistência indispensáveis à defesa da pátria.
Mauá não se importou e logo iniciou a construção da Estrada de Ferro Pedro II, a atual Central do Brasil.
Estava implantada a ferrovia no brasil.
Irineu Evangelista de
Souza
Gaúcho de Nossa Senhora da Conceição do Arroio Grande, Irineu Evangelista de Souza, o Visconde de Mauá, nasceu
a 28 de dezembro de 1813. Com a morte do seu pai em 1818, a família empobreceu rapidamente, até que em 1821
sua mãe casou-se novamente. Como seu marido não queria enteados, Irineu foi morar com um tio que o internou
em um colégio em São Paulo entre 1821 e 1823. Partiu em seguida para o Rio, sede da côrte, onde fez árdua
escalada. A partir daí e até o ano de 1852, Mauá conseguiu acumular considerável fortuna pessoal, pois
revelou-se um empresário nato.
Foi Mauá quem também obteve a concessão para construir e explorar a Estrada de Ferro Santos a Jundiaí. Com
dois sócios - marqueses de São Vicente e de Monte Alegre - o barão obteve 2 milhões de libras dos bancos
londrinos, parte do capital requerido para a nova companhia. Mauá participou com 450 mil libras e ficou
responsável pela direção da ferrovia. Por divergências com os financiadores ingleses, Mauá retirou-se da
empresa sem receber ao menos seu crédito, e foi lançado à miséria. Mesmo amigo do Imperador Dom Pedro II,
o barão faliu. Quando morreu, encontraram em sua carteira alguns poucos réis e o desenho da locomotiva
Baronesa, sua grande paixão.
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